Quem não lembra do “caso Richthofen”? Suzane Richthofen que foi acusada de planejar o assassinato dos pais juntamente com o seu namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele Cristian Cravinhos.
E o caso Tiago Fernandes de Lima, de 23 anos, que assassinou a sua avó de 74 anos, dona Edite Maria de Lima, e feriu a sua tia, Ana Lúcia Maria de Lima, de 23 anos? Talvez este caso último muita gente não conheça ou não lembre, mas se fizer uma boa pesquisa na internet encontrará inclusive vídeos sobre o acontecido.
Enfim, por que falar dessas tragédias? É que possuo um poema escrito no tempo do caso Richthofen e que gostaria de compartilhar com os nossos internautas e amigos. Ele descreve um dos muitos retratos não só brasileiros, mas mundial, através de uma versão "distorcida" do conto de Chapeuzinho Vermelho e O Lobo Mau.
A TRAGÉDIA DOS CONTOS
Era uma vez Chapeuzinho Vermelho,
Uma menininha dócil e meiga;
Não tinha a vaidade no espelho;
Levava a avó doces, feijão, manteiga...
Esquecer-se do feijão não era bom!
Era uma tremenda brasileirinha;
Esforços não media a cada bombom
Feito, ao presentear a Vovozinha.
Chapeuzinho muito bela, gentil...
Também era inteligente na escola,
Não deixava passar sequer um til,
Porém logo passou a cheirar cola.
Foi triste, foi uma pena, foi horrível!
Um anjinho tornou-se um capetinha.
Viveu, então, uma vida terrível,
E passou a roubar a Vovozinha.
Certo dia acordou com um pensamento:
“- Eu matarei a Vovozinha minha,
Livrando-me dessa pedra e tormento,
E de todos os seus bens serei a rainha!”
Mas precisava de alguém, um parceiro.
Então conheceu o senhor Lobo Mau.
Pediu-lhe em favor, quis dar-lhe dinheiro,
Riquezas mil, até mesmo uma nau.
Rejeitou, o Lobo, toda essa riqueza.
Para que fortunas ou um naviarra
Se ele amava tanto a natureza,
Vivendo bem desde o leão à cigarra?
Resolvera apelar para os revólveres,
Puxou dois trinta-e-oito calibrados;
Rendeu o Lobo e disse que cadáveres
Faria de seus familiares amados.
E tomou-lhes de reféns Chapeuzinho
E o Lobo obedeceu a sua malícia.
No entanto, observando, um vizinho
Imediatamente ligou à polícia.
Uma das armas foi entregue ao Lobo,
Que sem escolha matou a Vovozinha.
Sentindo-se inútil, julgou-se um bobo,
Foi preso e maldito na historinha.
Porém, depois - só depois - o vizinho
Entendeu de depor o acontecido,
Mas dizia a história ser mauzinho
O Lobo, e ficou o dito adormecido.
Hoje, depois de prostituta e herdeira,
A polícia encontrou Chapeuzinho
Morta e sem uma só brincadeira
- Um defunto em um matagal sozinho.
O Lobo foi absolvido, em vão
É visto Mau; Chapeuzinho Vermelho
- Brasileira e criança sem canção,
Perdeu sua linda face em um espelho.
Autor: Jediael Everton Cutrim
2 Comentários
Muito interessante o texto, uma paródia bem feita, atual, com elementos do cotidiano ("passou a cheirar cola"). Parabéns!
ResponderExcluirObrigado amigo! Estive ausente da internet há algum tempo, desculpe não replicar o seu comentário. Fique à vontade!
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